
por Dra. Cristiane Amorim Campos - Nutricionista PB
O câncer
colorretal, uma das neoplasias malignas mais frequentes no ocidente, é
considerado a quarta causa mais comum de câncer no mundo. No Brasil, ele
representa a quinta neoplasia mais diagnosticada e a quarta causa de óbitos.
O
desenvolvimento de várias formas de câncer resulta da interação entre fatores
endógenos e ambientais, destacando-se a dieta que, quando inadequada,
representa cerca de 35% dos diversos tipos de câncer. Outros fatores incluem o
etilismo, o tabagismo, a obesidade, a inatividade física e a exposição a
determinados agentes viróticos, bacterianos e parasitários, além do contato
frequente com algumas substâncias carcinogênicas.
Muitos
componentes da alimentação têm sido associados com o processo de
desenvolvimento desse tipo de câncer. A dieta e a alimentação são considerados
fatores de risco modificáveis, uma vez que os hábitos alimentares podem ser
modificados através da adoção de um estilo de vida mais saudável e é essa
mudanças na dieta que diminui o risco de desenvolver câncer.
Alguns tipos
de alimentos, se consumidos regularmente durante longos períodos de tempo,
parecem fornecer o tipo de ambiente que uma célula cancerosa necessita para
crescer, se multiplicar e se disseminar. Esses alimentos devem ser evitados ou
ingeridos com moderação. Neste grupo estão incluídos os alimentos ricos em
gorduras, tais como carnes vermelhas, frituras, molhos com maionese, bacon,
presuntos, salsichas, linguiças, mortadelas, dentre outros.
Existem também
os alimentos que contêm níveis significativos de agentes cancerígenos. Por
exemplo, os nitritos e nitratos usados para conservar alguns tipos de
alimentos, como picles, salsichas e outros embutidos e alguns tipos de
enlatados, se transformam em nitrosaminas no estômago. As nitrosaminas, que têm
ação carcinogênica potente, são responsáveis pelos altos índices de câncer de
estômago observados em populações que consomem alimentos com estas
características de forma abundante e frequente. Já os defumados e churrascos
são impregnados pelo alcatrão proveniente da fumaça do carvão, o mesmo
encontrado na fumaça do cigarro e que tem ação carcinogênica conhecida.
Adotar um
padrão de dieta “anti-câncer” poderá contribuir para a redução das chances de
risco para diversos tipos de cânceres como os de cólon, de reto, de próstata,
de mama, entre outros correlacionados. Para as pessoas com uma tendência
genética para o desenvolvimento de câncer, a adoção de um estilo de vida mais
saudável se faz obrigatório e necessário, conforme descrito a seguir:
Quanto
mais frutas e vegetais, melhor. Brócolis, espinafre, tomate, melão, laranja,
batata doce, cereais, cenoura e tangerina são os campeões no quesito proteção.
O Licopeno, um nutriente encontrado no tomate e em outras frutas e vegetais
vermelhos, parece ser um produto químico extremamente poderoso contra o câncer
de cólon e sua ação aumenta quando cozido.
Os
ácidos graxos presentes nas carnes vermelhas aumentam o risco de câncer
colorretal. Quanto mais cozida a carne, pior. O peixe é o que oferece o menor
risco, e o azeite de oliva parece conferir alguma proteção.
Ainda,
recomenda-se reduzir o consumo de carne vermelha para 80 gramas duas vezes por
semana, evitando-se carnes processadas, como bacon, salsichas e presunto; diminuir
o uso de açúcar; e não ingerir bebidas alcoólicas.
Vale a
pena frisar que a alimentação saudável apenas funcionará como fator protetor
quando dotada constantemente no decorrer de toda a vida.
Acesse:
1.
Instituto Nacional de Câncer. Estimativa 2006: Incidência de câncer no Brasil.
Rio de Janeiro: INCA; 2005.
2.Bin
FC. Rastreamento para câncer colorretal. Rev Assoc Med Bras. 2002;48(4):275-96.
3.Garófolo
A, Avesani CM, Camargo KG, Barros ME, Silva SRJ, Taddei JAAC, et al. Dieta e
câncer: um enfoque epidemiológico. Rev Nutr Campinas. 2004;17(4):491-505
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