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Dieta Pós Parto


DIETA PÓS PARTO


Taís Fátima Soder: Acadêmica do VI Semestre de nutrição da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI/ FW
Juliana Gonçalves: Nutricionista

O puerpério, segundo afirma Baião & Deslandes (p. 251, 2006), é conhecido na linguagem popular, como sendo um período do resguardo, pós-parto, dieta, quarentena, durando cerca de quarenta dias e é repleto de grande significação cultural. Torna-se importante ressaltar, neste momento, a relevância da alimentação saudável, pois, ela é extremamente essencial para a demanda nutricional da gestação, puerpério e lactação, principalmente no que tange a saúde do binômio mãe-filho.
Tanto a gestação como o puerpério, causam profundas mudanças que interferem na vida da mulher, tais como modificações no corpo, fisiologia, metabolismo.
Parizzi & Fonseca (2010, p. 341), ressaltam que o organismo de uma gestante normal e bem-nutrida experimenta uma série de adaptações fisiológicas que garantem o crescimento e o desenvolvimento do feto e asseguram as reservas biológicas necessárias ao parto, à recuperação pós-parto e à lactação. Assim, o autor destaca a importância de uma alimentação apropriada, para este ciclo de vida. Uma alimentação adequada a este ciclo de vida necessita de orientação, acompanhamento e exames, para avaliar as reais necessidades que o organismo necessita, pois cada um tem suas peculiaridades, por exemplo, uma gestante vegetariana, hipertensiva ou anêmica. Por isso a necessidade de exames regulares e acompanhamento ao médico e/ou nutricionista.
Do ponto de vista científico, segundo Baião & Deslandes (2006, p. 246), é possível observar a adoção de dietas monótonas, qualitativamente insuficientes para o crescimento e desenvolvimento fetal. Embora se reconheça que a indisponibilidade de alimentos possa provocar carências, a abundância não garante um estado nutricional adequado, é necessário alimentos que garantam uma boa variedade, qualidade e equilíbrio para a gestante e pós-parto.
Parizzi & Fonseca (2010, p. 341), destacam que muitas evidências experimentais mostram que quando a gestação se desenvolve sob condições de privação alimentar, o corpo materno é mais poupado que o fetal. Embora isso pareça estranho, garante a possibilidade da lactação que, talvez, seja mais importante no longo prazo para a criança que o desenvolvimento intrauterino.
Castro, Kac & Sichieri (2009, p. 129), referem que uma alimentação durante a gravidez e no pós parto é de extrema importância para proporcionar um estado nutricional compatível com as exigências fisiológicas de cada uma das etapas do período reprodutivo. Em geral, as gestantes e lactentes são orientadas a aumentar o aporte energético da dieta e consumir uma alimentação bastante variada, contendo: carnes, peixes leite e derivados, legumes, verduras e frutas, visando suprir as demandas de vitaminas do complexo B (B1, B2, B6 e B12), vitamina A, Vitamina C, vitamina D, e de minerais, ácido fólico, iodo, cálcio e ferro. Recomenda-se dieta fracionada, em trono de seis refeições ao dia e sugere-se o maior consumo de líquidos entre as mesmas. As restrições dietéticas, só é recomendada no pós-parto se o aleitamento estiver estabilizado.
Ainda segundo ou autores acima, o suporte energético preconizado na lactação, visa garantir a produção de leite materno. Publicação recente da IOM recomenda que a estimativa de necessidade de energia (NE), deve considerar a idade, sexo, peso, estatura e nível de atividade física dos indivíduos. Em gestantes e lactantes a NE inclui exigências metabólicas para reposição de gordura e secreção do leite. A NE em lactantes, em aleitamento exclusivo, considera a energia necessária para a produção do leite materno e mobilização do tecido adiposo. Assim, no período pós parto, recomenda-se em média um adicional de 500Kcal/dia, nos primeiros seis meses e 400 Kcal/dia nos meses subsequentes. Soares & Varela (2007), afirmam que no que se relaciona com a alimentação da puérpera, levando-se em consideração a amamentação, não há segredos ou alterações, deve-se comer alimentos da dieta habitual, atentando para que seja uma dieta balanceada e tomar muito líquido. Não existe alimento proibido na amamentação. A mãe precisa comer frutas, verduras, carnes, miúdos, legumes, feijão e arroz, que possuem os nutrientes e vitaminas de que ela precisa. A mãe deve beber bastante líquido: chás, água, sucos ou leite. Isso ajuda a produzir leite. A mãe não deve consumir álcool, fumo e outras drogas, nem tomar medicamentos sem receita médica.
Devido às grandes diferenças individuais no estado nutricional, eficiência metabólica e gasto de energia, não se pode lavrar uma declaração universal quanto às necessidades nutricionais maternas. Estimativas das “necessidades médias” têm sido revistas nos últimos anos.

REFERENCIAS
CASTRO, M. B. T.; KAC, G., SICHIERI, R. Determinantes Nutricionais e Sócio-demográficos da Variação de Peso no Pós-Parto: uma revisão da literatura. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife, v. 9. n. 2. abr/jun. 2009.
______.Padrão de consumo alimentar em mulheres no pós-parto atendidas em um centro municipal de saúde do Rio de Janeiro, Brasil. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, jun. 2006. Disponível em:
LACERDA, E. M. de A.; LEAL, M. do C. Fatores associados com a retenção e o ganho de peso pós-parto: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 7. n. 2, abr. 2004.
PARIZZI, M. R.; FONSECA, j. G. M. Nutrição na gravidez e na lactação. Belo Horizonte, MG/Brasil. Revista Medica de Minas Gerais, set. 2010.
BAIÃO, M. R.; DESLANDES, S. F. Alimentação na gestação e puerpério. Revista de Nutrição, Campinas, v. 19. n. 2. P.245 - 253, mar./abr., 2006.
MARQUES, E. S. et al. Representações sociais sobre a alimentação da nutriz. Ciência & Saúde Coletiva, Viçosa/MG. v. 16. n. 10. p. 4267-4274, 2011
SOARES, C.; VARELA, V. D. J. Assistência de Enfermagem no Puerpério em Unidade de Atenção Básica: Incentivando o Autocuidado. Florianópolis-SC, 2007, 81f. Trabalho de Conclusão de Curso e Enfermagem, da Universidade Federal de Santa Catarina.

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