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Obesidade infantil no Sul do Brasil

Dra. Juliana Gonçalves

Atualmente, mais de 1 bilhão de adultos estão acima do peso e pelo menos 300 milhões são clinicamente obesos. Atualmente, estima-se que no Brasil cerca de 32% da população adulta apresente algum grau de excesso de peso, sendo 25% os casos mais graves. O problema é global e cada vez mais se estende no mundo 1.

A obesidade entre crianças e adolescentes tem apresentado crescente prevalência nas últimas décadas. Em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos 22 milhões de crianças com idade próxima aos 5 anos são obesas. No Brasil, estima-se que 20% das crianças estejam acima do seu peso ideal 1. Sua relação com outras morbidades indica que deve haver maior controle desses jovens, pois se trata de um dos maiores problemas de saúde pública em âmbito mundial 2 .

A obesidade infantil é um sério problema de saúde publica, que vem aumentado em todas as camadas sociais da população brasileira, caracterizada por um contexto de epidemia mundial 3. A obesidade é um problema sério em todas as regiões do país, mas a situação é ainda mais crítica no Sul 1.

O Sul do Brasil tem como característica uma grande variedade de etnias e influências culturais distintos, tendo recebido ondas migratórias de Portugal, Itália, Alemanha, África, entre outros, em diferentes períodos de sua história, com resultante formação de regiões com hábitos culturais e alimentares diferenciados. A influência destas culturas, adaptadas à realidade brasileira, persiste até os dias de hoje. Dados epidemiológicos indicam uma prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes de 10,2 a 21,8 e 3,5 a 10,8 respectivamente 4,5,6,7,8,9.

É de grande importância que o profissional de saúde conheça as peculiaridades em relação ao comportamento presente na adolescência que terão influência nas práticas e preferências alimentares nesse período de vida. A mudança no hábito alimentar não é tarefa fácil, porém, é de suma importância que os profissionais de saúde possam demonstrar o impacto positivo das práticas alimentares na saúde e na qualidade de vida dos adolescentes।

REFERÊNCIAS

1. World Health . Organization.WHO – Obesity. [Acesso em novembro de 2010]. Disponível: http://www.who.int/dietphysicalactivity/publications/facts/ obesity/en/

2. Daniels SR, Arnett DK, Eckel RH, Gidding SS, Haymann LL, Kumanyika S, et al. Overweight in children and adolescents: pathophysiology, consequences, prevention, and treatment. Ciculation 2005; 111 (15): 1999-2012.

3. Freitas ASS, Coelho SC, Ribeiro RL. Obesidade Infantil: Influência de hábitos alimentares inadequados. Saúde & Amb. Ver 2009; 4(2):9-14.

4. Dutra CL, Araújo CL, Bertoldi AD. Prevalência de sobrepeso em adolescentes: um estudo de base populacional em uma cidade no Sul do Brasil. Cad Saúde Pública 2006; 22 (1): 151-6.

5. Suñé FR, Dias-das-Costa JS, Olinto MT, Pattussi MP. Prevalência e fatores associados para sobrepeso e obesidade em escolares de uma cidade no Sul do Brasil. Cad Saúde Pública 2007; 23 (6): 1361-71.

6. Silva GAP, Balaban G, Motta MEFA. Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes de diferentes condições socioeconômicas. Rev Bras Saúde Matern Infant 2005; 5 (1): 53-9.

7. Nunes MMA, Figueiroa JN, Alves JGB. Excesso de peso, atividade física e hábitos alimentares entre adolescentes de diferentes classes econômicas em Campina Grande (PB). Rev Assoc Med Bras 2007; 53 (2): 130-4.

9. Ferreira AP, Ferreira CB, Brito CJ, Pitanga FJC, Morae CF, Naves LA, et al. Prediction of metabolic syndrome in children through anthropometric indicators. Arq. Bras. Cardiol 2011; 14: 2-5.

8. Toral N, Salter B, Silva MV. Consumo alimentar e excesso de peso de adolescentes de Piracicaba, São Paulo. Rev Nutr 2007; 20 (5): 449-59.


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