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Futebol Americano: alimentação é fundamental


Dra Emyli Chaves Fernandes – Nutricionista MG

Os jogadores de futebol americano precisam maximizar o seu desempenho, treinar o corpo para que esse seja veloz, forte e resistente e a mente para se manterem concentrados. Para treinar e competir com sucesso, a alimentação é mais que necessária, é primordial, para que seu corpo mantenha abastecido com os alimentos e bebidas corretos. O peso corporal total é representado por 60 a 65% de água, ou seja, para um jogador de futebol americano esse componente torna-se vital, pois os mesmos durante os jogos perdem líquidos demais pelo suor. Assim a sua reposição, tanto de líquidos quanto de eletrolítos, como sódio e potássio, é necessária para que o atleta não corra o risco de se desidratar. Essa desidratação pode diminuir a energia e prejudicar o desempenho físico do jogador. Alguns desses jogadores perdem, em média, mais de 3,8 litros de suor durante o treino, jogo, evento ou exercício, principalmente em climas quentes.

Uma perda de aproximadamente de 2% do peso corporal pelo suor pode representar vários prejuízos para o atleta. A taxa de sudorese deve ser considerada nesses jogadores, para que a reposição seja realizada de maneira correta, ou seja, antes e depois do exercício e/ou treino deve-se pesar o jogador e analisar essa diferença de peso em gramas. Após esse treino, deve-se ofertar a quantidade de líquidos ingeridos (em ml) durante o exercício mais a quantidade perdida de peso. A hidratação deve ser constantemente avaliada. Durante todo o dia ingerir bastante líquido. Duas a três horas antes do treino ingerir, em média, 500 ml de líquidos, e 10 a 20 minutos antes de entrar no campo ingerir outros 250 ml. Durante o jogo e/ou treino beber em intervalos regulares, em torno de 15 a 20 minutos, bebidas esportivas como Gatorade, soros caseiros, água de côco, que podem ajudar a evitar a desidratação e cãimbras musculares (pela reposição dos eletrólitos, sódio e potássio) perdidos pelo suor. Depois do jogo e/ou treino também é importante a hidratação, para repor o que foi perdido, portanto usar-se a regra acima, ou seja, ingerir o que foi perdido mais o que foi ingerido durante o jogo. A alimentação também deve seguir alguns critérios. Antes do jogo e/ou treino, em torno de 3 a 6 horas antes, oferecer uma refeição ou lanche rico em carboidratos (200g de carboidratos), de preferência de Alto Índice Glicêmico, a medida que o tempo for abaixando seguir o seguinte raciocínio: 3 horas antes oferecer 3g de carboidratos/kg de peso corporal; 2 horas antes oferecer 2g de carboidratos/kg de peso corporal e 1 hora antes oferecer 1g de carboidratos/kg de peso corporal. Em torno de 30 a 60 minutos antes oferecer sempre carboidratos de baixo índice glicêmico, porque a glicose vai ser liberada aos poucos para a corrente sanguínea, assim não terá o pico da insulina durante o jogo, prevenindo a hiperglicemia e a fadiga Durante o exercício os jogadores queimam muitas calorias e os músculos perdem a energia acumulada, por isso é importante a reposição, com o objetivo de manter os níveis plasmáticos de glicose para evitar a fadiga Jogos com duração acima de 1 hora oferecer, em média, 7 a 8g de carboidratos/kg de peso corporal, sendo que a cada hora ofertar 30 a 60g de carboidratos de alto índice glicêmico Para bebidas isotônicas, contendo glicose oferecer, a cada 15 a 20 minutos, 150 a 200 ml, sendo que as mesmas não devem ultrapassar 8% de carboidratos, pois pode causar desconforto gástrico. O ideal é que essas bebidas tenham, em média, 4 a 8% de carboidratos. Nesse momento do jogo não é interessante oferecer fibras, devido ao possível desconforto gástrico que pode causar. Após o jogo e/ou treino o objetivo da alimentação visa à recuperação do glicogênio Oferecer outra refeição no prazo de 2 horas após o término do exercício, com 0,7 a 1,5g de carboidratos/kg de peso corporal e de preferência a alimentos de alto índice glicêmico, para continuar a armazenar a energia nos músculos. O carboidrato é o nutriente mais importante quando se fala em nutrição esportiva, sem o mesmo na alimentação dos três períodos (antes, durante e depois do jogo) o rendimento do jogador de futebol americano será zero. Portanto, é necessário a supervisão de um(a) nutricionista especializado para uma orientação segura e sem riscos à saúde. Um check-up é conveniente a fim de que sejam afastadas quaisquer probabilidades de queda de rendimento por problemas clínicos ou outros problemas provenientes de uma má alimentação.

Referências:

AMARAL, C. R.; et al. Perfil nutricional de atletas por modalidade esportiva. Nutrição Brasil. v.3, n.4, Julho/agosto, 2004. HURSCHBUCH, M. D.; CARVALHO, J.

R. Nutrição Esportiva: Uma visão Prática. Barueri, SP: Editora Manole, 2.ed.,2008.

SOCIEDADE Brasileira de Medicina Esportiva. Modificações dietéticas, reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação de ações ergogências e potenciais riscos para a saúde. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva. v.9, n.2, mar – abr 2003.

PONTES, L. M.; SOUSA, M. S. C.; LIMA, R. T. Perfil dietético, estado nutricional e prevalência de obesidade centralizada em praticantes de futebol recreativo. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. v.12, n.4, Jul/Ago, 2006.

WHITNEY, E.; ROLFES, S.R. Nutrição 2: Aplicações. São Paulo: Cengage Learning, 2008.

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