Ao contrário do que muitos pensam, há uma considerável diferença entre
alimentos estragados e alimentos contaminados. Um alimento estragado contém
microorganismos deteriorantes. Esses microorganismos alteram as características
do alimento, como a cor, odor, sabor e textura, e por isso são rejeitados pelos
consumidores. Por outro lado, o alimento contaminado contém microorganismos patogênicos.
Neste caso, os alimentos não apresentam alterações nas suas características, e
são consumidos sem que se perceba qualquer problema. Aí está o risco, pois os
microorganismos patogênicos causam doenças e são grandes responsáveis pelos
surtos alimentares. Os sintomas podem variar, mas incluem náuseas, cansaço, dor
de cabeça, dor abdominal, vômitos e diarréia.
Vejamos alguns exemplos de microorganismos patogênicos:
- Salmonella
sp - podem ser encontradas em ovos e carnes;
- Staphilococcus
aureus - podem ser encontradas em carnes e produtos lácteos, como leite e
queijos;
- Bacillus
cereus - podem ser encontrados em grãos, como trigo, centeio, milho e
arroz;
- Clostridium
botulinum - doença conhecida como botulismo. Pode ser encontrada em
alimentos envasados, normalmente em conservas caseiras.
São muitos os fatores que podem favorecer a multiplicação dos
microorganismos nos alimentos, mas este assunto nós abordamos num próximo
artigo. Por ora, saiba que não se deve confiar na aparência ou odor para saber
se um alimento está apto para o consumo, e siga algumas dicas para evitar danos
à sua saúde:
- Evite
consumir ovos fritos com a gema mole;
- Evite
preparações com ovos crus, como maionese caseira, mousse, merengue, entre
outros;
- Tenha
cuidado redobrado com alimentos perecíveis, como carnes, aves, peixes,
leite e seus derivados, matendo-os sob refrigeração, à temperatura
inferior a 5ºC;
- Evite
deixar os alimentos perecíveis expostos à temperatura ambiente por mais de
30 minutos;
- Higienize
cuidadosamente as mãos antes de manipular os alimentos;
- Os
tratamentos térmicos (cozimento, fritura) devem garantir que todas as
partes do alimento atinjam a temperatura de 70ºC, portanto, cozinhe muito
bem os alimentos;
- Higienize
os utensílios após manipular alimentos crus, antes de manipular alimentos
cozidos, para evitar que os microorganismos do alimento cru possam
contaminar o alimento que está pronto para o consumo;
- Avalie
as condições higiênicas dos estabelecimentos e dos profissionais
envolvidos ao se alimentar fora de casa;
- Não
experimente alimentos para verificar se estão bons. Na dúvida,
descarte-os!
Mesmo parecendo óbvio para alguns, é importante lembrar que os alimentos
estragados também não devem ser consumidos, pois os microorganismos
deteriorantes também podem causar doenças. Portanto, descarte todo o alimento
que apresentar odor desagradável, aspecto limoso, acidez ou mofo. E jamais aproveite
parte deste alimento! Os transtornos
causados pela ingestão de um alimento estragado serão muito maiores do que o
trabalho de ir até o mercado novamente!
Referências:
Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Resolução RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004. Dispõe sobre Regulamento
Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação.
Secretaria da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul. Portaria nº 78, de
30 de janeiro de 2009. Aprova a Lista de Verificação em Boas Práticas para
Serviços de Alimentação, aprova Normas para Cursos de Capacitação em Boas
Práticas para Serviços de Alimentação e dá outras providências.
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