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A comida como anestesia emocional

Dra Paola Penoni de Vasconcelos -Nutricionista MG

Hoje falaremos de um grupo de pessoas que usa a comida como anestésico emocional. Aqui eu classifico a base dos transtornos alimentares.

Deus nos deu a necessidade de amar e ser amado. É uma necessidade nata, autêntica, que precisa ser preenchida deste de o berço à sepultura.

Em uma família normal e funcional, o tanque do amor, começa a ser preenchido pelos pais do nascimento até a vida adulta, onde, a pessoa construindo uma família, terá a facilidade de transmitir esse amor para seus filhos, que será passado de geração à geração.

Quando falamos de uma família disfuncional, que pode ter a ausência física ou emocional do pai ou da mãe, ou de ambos, falamos de um tanque de amor não preenchido.

Um tanque de amor não preenchido significa que um dos pais, ou quase sempre os pais, não estão disponíveis para os filhos, e assim, os filhos se colocam como vítima deste processo abrindo uma ferida imensa no seu interior (o tanque do amor não preenchido).

Um exemplo simples e rotineiro:

Imaginemos uma família de um pai que trabalha em excesso, que a sua rotina diária é estressante, cansativa, cheia de viagens, reuniões, encontros e negócios. Uma mãe que está “preocupada” com o rotina do marido e, além disso, possui uma necessidade imensa de estar na rua fazendo compras, a cada dia um grande motivo (Estou feliz!!! Estou triste!!! Vou dar o troco no cartão dele por ele não ter vindo jantar em casa!!! Vou fazer uma nova reforma no meu quarto, pois a que fiz o ano passado já não está na moda!!! E por aí vai.....) para sair para as compras.

Imaginando esta cena eu te pergunto:

Como está o tanque de amor desta “criança”? (quando falo criança não refiro somente as crianças de pouca idade, mas aos filhos de pais ausentes, indiferente da idade)

Pensa, reflita e sinta um pouco esta família antes de continuar o texto.

Neste momento entramos em contato com um “vazio” enorme no interior desta pessoa. Mas não é um “vazio”, é somente o sentimento de vazio, porém existem vários sentimentos ali dentro. Ela nunca sabe o que vem dentro deste vazio, só quer preenche-lo. Mas posso dizer que existem alguns sentimentos que a maioria das vezes é: A RAIVA, O MEDO, A VERGONHA, A TRISTEZA acompanhados por uma DOR IMENSA que precisa ser anestesiada. Neste momento, no nosso caso, a comida vira anestésico para a dor e objeto para o preenchimento deste “vazio” enorme. Aqui está a chave!

Com esta percepção começamos a trabalhar o paciente com uma visão mais integral, pois já sabemos que se separarmos a alimentação do emocional, espiritual, cultural, social e econômico, neste caso tão especial, porém rotineiro em nossos consultórios, não obteremos êxito neste tratamento.

Fica a Dica: INDEPENDENTE DOS PAIS AUSENTES EMOCIONAL OU FISICAMENTE, ELES SÃO OS PAIS PERFEITOS PARA NÓS. O MAIOR PRESENTE JÁ NOS FOI DADO: “ A VIDA!!!” (Nós filhos, pequenos diante dos pais que são grandes diante de nós, os aceitamos do jeitinho que são, pedimos perdão à eles por alguma falta que tivemos e agradecemos-lhes do fundo da alma tudo o que já fizeram, mesmo se acharmos que foi o mínimo, mas para eles com certeza foi o máximo, pois a vida nos foi dada!)

Ressalto aqui que o exemplo citado acima é apenas uma história, porém temos vários pacientes que possuem este núcleo familiar, com os pais “viciados” em outra coisa sem ser trabalho ou compras (outros vícios: em problemas de outras pessoas, drogas, sexo, álcool, internet, etc).

Fonte: O amor é uma escolha. Recuperação para codependentes (Hemfelt, R. et. al.)

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