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O nutricionista na equoterapia

Dra Rita de Cassia Sales Coutinho Caputi – Nutricionista RJ

A extensão da área de atuação do nutricionista está, felizmente, crescendo cada vez mais. Antes, ele só atuava basicamente nas áreas Clínica e de Produção, foi aos poucos conquistando espaço nas áreas Funcional, Estética, Infantil (presença obrigatória em creches, escolas) e agora também a interessante área de Equoterapia.

Esse termo foi criado pela Associação Nacional de Equoterapia ANDE-BRASIL e refere-se a toda técnica que inclua a utilização de cavalos (equitação) para possibilitar a reabilitação e/ou educação de pessoas com deficiências e/ou necessidades especiais, através da constante participação do participante (paciente) em sua própria reabilitação e sua interação com o cavalo. Trata-se de uma atividade que trabalha equilíbrio, atenção, coordenação motora, e por proporcionar lazer e prazer ao praticante, promove a melhora de sua auto-estima.

O paciente, sua mãe ou responsável são acompanhados por uma equipe interdisciplinar que deve ser a mais ampla possível, abrangendo as áreas de saúde: fisioterapia, psicologia, terapeia ocupacional, educação física, pedagogia, assistência social, fonoaudiologia, etc. O nutricionista está inserido nesta equipe, porém, acaba tendo pouca atuação nesse contexto, pois infelizmente, muitos centros de atendimento não têm este profissional na equipe, talvez até pelo desconhecimento dos gestores dessas instituições e do próprio nutricionista, pois parece ser uma área de atuação relativamente nova.

Tamanha a importância dessa atividade para os portadores de deficiências/necessidades especiais, a Universidade Garulhos (UnG), em São Paulo, criou um projeto denominado Terapia Assistida por Interação Homem/Animal (TAPI), um recurso terapêutico que utiliza cães e cavalos no processo de reabilitação de crianças portadoras de Síndrome de Down e de paralisia cerebral entre dois meses e seis anos de idade, através de atendimento a vários níveis de dificuldades, sejam físicas, mentais, emocionais ou sociais. Nesse projeto, há a importante participação do profissional nutricionista, além de outros.

As crianças recebem três consultas consecutivas e, posteriormente, consultas quinzenais e mensais, recebendo acompanhamento nutricional durante todo o período do tratamento equoterápico. Na primeira consulta, além da anamnese interdisciplinar (através de um protocolo de atendimento desenvolvido pela equipe), é aplicado um Questionário de Freqüência Alimentar (lista de alimentos básicos e os mais consumidos pela faixa etária atendida), em que se avalia o consumo de alimentos industrializados, ricos em gorduras, sódio, açúcar; como está a ingestão de nutrientes importantes na faixa etária em questão (Ferro, Cálcio, etc) e se a criança encontra-se em algum risco nutricional.

A mãe ou responsável também participa desse processo, recebendo um formulário de registro alimentar desenvolvido pelas equipes de nutrição e fonoaudiologia que deve ser preenchido em três dias consecutivos incluindo um fim de semana; nele, são anotadas informações como: todos os tipos de alimentos e bebidas, de que forma (mamadeira, colher, etc) e em que horário/momento foram oferecidos, se a criança gostou, recusou, repetiu, se teve dificuldades para mastigar/engolir, se deixou cair da boca, etc.

Na segunda consulta, há uma complementação das informações com o auxílio de Recordatório de 24 horas, dados antropométricos da criança, informações que permitirão apontar os pontos positivos e negativos da alimentação e adequá-la à criança. Na terceira consulta, um plano alimentar é entregue à mãe/responsável e caso a alimentação esteja nos padrões de normalidade, a dieta é organizada e orientada em relação às suas qualidade e distribuição. A partir daí, vêm as consultas de manutenção quinzenais e mensais.

Tais informações facilitam bastante o trabalho da equipe interdisciplinar e daí, nota-se como é importante a atuação conjunta dessa equipe. O acompanhamento do profissional nutricionista durante o tratamento equoterápico contribui de maneira favorável à reabilitação adequada do paciente, da melhora/evolução de sua alimentação e assim, de seu estado nutricional, que deve ser sempre monitorado junto à equipe interdisciplinar, como complemento de seu tratamento. Ao longo de toda equoterapia, é possível observar também ganhos na regulação do tônus muscular, memorização, concentração e conseqüentemente, na aprendizagem dessa criança, permitindo-lhe uma melhor convivência com as limitações inerentes à sua doença, porém com mais qualidade de vida.

Fontes:

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