por Dra. Fabiana Neumann - Nutricionista RS
Comer bem e com segurança – o perigo está à mesa!
Um estudo realizado em nove países em 2010 mostrou que cerca de dois terços dos banheiros têm alto nível de contaminação por bactérias nos rejuntamentos (aquele espaço entre os azulejos, ou entre a parede e o chão). Apesar desse dado, outros estudos revelaram que o banheiro não é o ambiente mais sujo, mas é na cozinha que estão as superfícies mais contaminadas. Afinal, onde está o maior perigo?
Os restaurantes self-service – do tipo que vende comida por quilo, são uma opção rápida e econômica para o bolso e o paladar dos consumidores. Embora seja o local preferido de quem tem fome e pressa, ele pode representar um sério risco para a sua saúde. É comum que nos restaurantes, bares, lanchonetes e padarias a comida fique mais tempo exposta às bactérias aumentando as chances de contaminação.
A lei determina que qualquer cliente tem o direito de visitar a cozinha do estabelecimento para avaliar as condições de higiene do local, no entanto poucos sabem disso. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicou, desde 16 de setembro de 2004, a RDC 216, estabelecendo prazo de 180 dias para que os restaurantes, lanchonetes, bares, bufês e cozinhas institucionais aderissem ao novo regulamento que inclui a capacitação de funcionários e o manual de boas práticas de higiene com a produção de alimentos nos seus estabelecimentos.
No entanto, como várias outras leis no nosso país, essa também não é respeitada. Uma minoria de estabelecimentos está adequado às novas regras de saúde que inclui questões como:
- Manutenção e higiene das instalações, dos equipamentos e dos utensilios
- Controle da água de abastecimento
- Controle de vetores transmissores de doenças e de pragas urbanas
- Treinamento e capacitação dos funcionários
- Supervisão da higiene dos manipuladores de alimentos
- Manejo correto do lixo
- Garantia da qualidade dos alimentos preparados
No entanto, penso que é o consumidor quem deve começar a observar os estabelecimentos e fazer valer as regras de saúde. E vale começar a prestar atenção para o aspecto dos funcionários e as condições de higiene dos banheiros e do estabelecimentos como um todo. “A higiene pessoal reflete muito sobre o cuidado com os alimentos”.
Uma “olhadinha” nas dependências do restaurante, do bar ou da padaria pode tirar completamente o apetite e revelar a falta de cuidados com a higiene dos alimentos. É preciso dar mais atenção a insegurança alimentar e nutricional dos alimentos ofertados em alguns estabelecimentos. Precisamos ficar mais atentos à nossa saúde!
Referencias: Portarias nº. 1428/93, nº. 326/97, nº. 368/97, Portaria CVS nº. 6/99 e nas Resolução da Direção Colegiada RDC nº. 275/2002 e nº. 216/2004.
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